|
|
Florigen [2005] escultura, [casa em ferro lacado, orquídeas em poliester e tinta acrílica, dois ramos, texto (“Há sim um intima relação entre as flores e os condenados”, Jean Genet), o desenho da sombra obriga a luz, em fonte externa] C100 cm x L21cm x H70cm, - Museu de Arte Contemporânea do Funchal, 2005; - Fórum da Maia, 2006.
CP – Como surgiu então a trilogia “Alma - Frame - Florigen”? AB – Essa trilogia é uma história de amor. Ela cumpre um percurso exploratório em busca da luz conquistada/conquistável. A luz é o componente da “afirmação” do objecto – o objecto como elemento da escrita [ Alma ], o objecto na sua transmutação visual proporcionada pela luz [ Frame ], e o objecto que se questiona [ Florigen ]. A cumplicidade da luz com a electricidade assume-se na constelação “Alma - Frame - Florigen” elegendo o enquadramento no evento “What is Watt?” de modo pluridisciplinar – da objectividade à conceptualidade implícitas. CP – A escultura deste ano chama-se Florigen, quer explicar este conceito? AB – A escultura “Florigen”, 2005, elege o florescimento das plantas como pólo de reflexão sobre a conjugação: electricidade – energia – luz, e o seu caminho recíproco: luz – energia – electricidade. (…) Florigen é um conceito criado em 1937 pelo cientista russo Mikhail Chailakhian referindo o gene que comanda a floração das plantas. Até hoje o célebre florigen nunca tinha sido descoberto mas este cientista conseguiu determinar que um sinal para a floração era passível de ser transmitido: uma planta a florir, enxertada noutra em estado vegetativo induzia o aparecimento de flores nesta segunda. Este fascinante florigen foi o leitmotiv da peça “Florigen”, 2005, e também o desígnio de uma dimensão simbólica. Pois ninguém fica indiferente a este implícito jogo de conjugação necessário para o florescimento, e como isso tem paralelo com a vida amorosa entre nós. E a certeza ainda de como seria gratificante encontrar um florigen para fazer-nos “florir” também a todo o momento (...) [www.campeaoprovincias.com, Entrevista da Semana António Barros, “Trinta anos de obras de dimensão romântica”. Jornalista Elsa de Sousa. Coimbra, 20 de Outubro 2005 ].
|